Achei muito bacana essa reportagem sobre dicas que são dadas em blogs famosos! É bom ficar alerta!
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Um passeio pelos blogs mais famosos esclarece como a
coisa funciona. A maioria faz o chamado “look do dia”, em que a blogueira exibe
uma combinação de roupas e acessórios. Há outros formatos de post, a maioria
com dicas de produtos — roupas, cosméticos etc. Muitas autoras recomendam
qualquer item que os fabricantes enviam. O conteúdo dos blogs é propagado via
Facebook e Twitter. As blogueiras mais famosas têm dezenas de milhares de fãs,
que repassam os posts adiante. Essa trama vale ouro.
“Pesquisas mostram que 8 em cada 10 jovens com menos de
20 anos não clicam em formas de mídia tradicional na internet, como banners ou
e-mails com anúncio. Isso faz com que as empresas precisem buscar formas
diferentes de divulgação e, imediatamente, elas se voltam para os blogs”, explica
Nino Carvalho, coordenador do MBA em Marketing Digital da FGV-RJ. Existe uma
identificação na linguagem e nos interesses do leitor com o blogueiro. Quando o
dono do site indica um produto, é como se o internauta recebesse uma indicação
de um amigo. “Ler ‘eu experimentei e achei bacana’ é um estímulo muito mais
poderoso do que um anúncio em um site em forma de banner.”
A diretora de marketing da loja online de acessórios
OLook, Maíra Ramos, confirma o interesse da indústria por esse tipo de “ação
entre amigos”. “Como é relativamente fácil comprar um publipost, as empresas
acabam tratando aquilo como um espaço tradicional de propaganda”, diz Ramos.
Tanto é assim que algumas empresas preferem ter controle total sobre o
conteúdo. “Existem marcas que mandam textos prontos e blogueiras que seguem à
risca o que os anunciantes pedem.” O blog Shame on You está cheio de exemplos disso,
o que sua autora chama de “jabá como dica de amiguete”.
O sucesso é tão grande que ano passado a empresária Alice
Ferraz reuniu 25 dos blogs de maior audiência do Brasil em uma rede chamada
FHits, para vender anúncios de forma centralizada. “Todos os integrantes do
FHits têm as mesmas wishlists patrocinadas, usam as mesmas marcas de roupas nos
looks do dia. É muita cara de pau, muita enganação”, diz titia Shame, lembrando
que muitas vezes essa propaganda não é devidamente identificada. Procurada para
comentar o caso, Alice Ferraz não respondeu aos pedidos de entrevista.
Apesar da polêmica, o negócio vai muito bem. Um único
publipost na categoria mais cara do FHits custa R$ 8.500. Em seu media kit, a
empresa diz ter mais de 5 milhões de visitantes únicos por dia. Em abril, ela
criou outra fonte de renda com a inauguração de um clube de compras com acesso
restrito — é preciso preencher um formulário e ter seu perfil aprovado.
A publicidade ainda é a alma do negócio dos blogs fashion
— e não há nada de errado com isso. O problema é que muitos deles não indicam
devidamente o que é conteúdo pago. Alguns o fazem de modo sutil, com um
asterisco bem discreto no fim do post, ou com textos ambíguos — a blogueira diz
que foi “procurada pela marca”, por exemplo. Aí voltamos à pergunta lá de cima:
isso é justo com suas leitoras?
Leia na íntegra no link abaixo:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI306722-17773,00.html

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