sexta-feira, 25 de maio de 2012

Você acredita em tudo que lê em um blog?


Achei muito bacana essa reportagem sobre dicas que são dadas em blogs famosos! É bom ficar alerta! 
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Um passeio pelos blogs mais famosos esclarece como a coisa funciona. A maioria faz o chamado “look do dia”, em que a blogueira exibe uma combinação de roupas e acessórios. Há outros formatos de post, a maioria com dicas de produtos — roupas, cosméticos etc. Muitas autoras recomendam qualquer item que os fabricantes enviam. O conteúdo dos blogs é propagado via Facebook e Twitter. As blogueiras mais famosas têm dezenas de milhares de fãs, que repassam os posts adiante. Essa trama vale ouro.

“Pesquisas mostram que 8 em cada 10 jovens com menos de 20 anos não clicam em formas de mídia tradicional na internet, como banners ou e-mails com anúncio. Isso faz com que as empresas precisem buscar formas diferentes de divulgação e, imediatamente, elas se voltam para os blogs”, explica Nino Carvalho, coordenador do MBA em Marketing Digital da FGV-RJ. Existe uma identificação na linguagem e nos interesses do leitor com o blogueiro. Quando o dono do site indica um produto, é como se o internauta recebesse uma indicação de um amigo. “Ler ‘eu experimentei e achei bacana’ é um estímulo muito mais poderoso do que um anúncio em um site em forma de banner.” 

A diretora de marketing da loja online de acessórios OLook, Maíra Ramos, confirma o interesse da indústria por esse tipo de “ação entre amigos”. “Como é relativamente fácil comprar um publipost, as empresas acabam tratando aquilo como um espaço tradicional de propaganda”, diz Ramos. Tanto é assim que algumas empresas preferem ter controle total sobre o conteúdo. “Existem marcas que mandam textos prontos e blogueiras que seguem à risca o que os anunciantes pedem.” O blog Shame on You está cheio de exemplos disso, o que sua autora chama de “jabá como dica de amiguete”. 

O sucesso é tão grande que ano passado a empresária Alice Ferraz reuniu 25 dos blogs de maior audiência do Brasil em uma rede chamada FHits, para vender anúncios de forma centralizada. “Todos os integrantes do FHits têm as mesmas wishlists patrocinadas, usam as mesmas marcas de roupas nos looks do dia. É muita cara de pau, muita enganação”, diz titia Shame, lembrando que muitas vezes essa propaganda não é devidamente identificada. Procurada para comentar o caso, Alice Ferraz não respondeu aos pedidos de entrevista. 

Apesar da polêmica, o negócio vai muito bem. Um único publipost na categoria mais cara do FHits custa R$ 8.500. Em seu media kit, a empresa diz ter mais de 5 milhões de visitantes únicos por dia. Em abril, ela criou outra fonte de renda com a inauguração de um clube de compras com acesso restrito — é preciso preencher um formulário e ter seu perfil aprovado. 

A publicidade ainda é a alma do negócio dos blogs fashion — e não há nada de errado com isso. O problema é que muitos deles não indicam devidamente o que é conteúdo pago. Alguns o fazem de modo sutil, com um asterisco bem discreto no fim do post, ou com textos ambíguos — a blogueira diz que foi “procurada pela marca”, por exemplo. Aí voltamos à pergunta lá de cima: isso é justo com suas leitoras? 

Leia na íntegra no link abaixo:

http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/1,,EMI306722-17773,00.html

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